Letras & Magnólias | O elogio do elogio
dezembro 04, 2014
Da Margarida:
Muitas pessoas acham-me presunçosa – tenho consciência
disso. Não sou a pessoa mais simpática do mundo, quando acho que faço bem uma
coisa, digo-o, sou crítica, aponto erros, corrijo falhas. O que as pessoas que
me acham presunçosa – e até admito que o possa ser, por vezes – é que na maior
parte do tempo, faço tudo isso porque tenho plena consciência das minhas
falhas. Sou muito mais insegura do que gostava e odeio que me corrijam, porque
me põe a descoberto. Uma vez disseram-me que eu tinha a mania que sabia tudo: é
exatamente o oposto. Acho, tantas vezes, que as pessoas me acham muito melhor
do que sou na verdade.
Não sei mais do que ninguém – posso saber numa ou outra
coisa, mas ficamo-nos por aí, - não sou melhor do que ninguém e isso às vezes
aborrece-me (confesso). Gostava de ser melhor. Gostava de ser excepcional .
Gostava de marcar a diferença. Mas sei que não o faço e isso custa-me – sou carneirinho.
Adoro ser o centro das atenções . Gostava muito de ter um QI acima da média, de
ter uma habilidade especial para falar com os outros, de ser uma jornalista
destacadíssima. Não sou. E por tudo isso, também, custa-me horrores aceitar
elogios. Quando alguém me diz que fiz algo bem, por norma, tenho o impulso de
responder “que disparate. Não está nada bem”. Sei que o não devia fazer. Porque
geralmente ninguém elogia por obrigação. Uma amiga anda a ajudar-me nesse
processo de ‘aceitar elogios’. Mas é-me algo verdadeiramente difícil. Porque tenho
dificuldade em acreditar. Porque acho sempre que não estou a fazer o
suficiente. Porque acho – e continuo a achar – que preciso de ser muito melhor
do que sou para que algum elogio faça sentido.
E a minha perspectiva, aqui.
E a minha perspectiva, aqui.
1 comentários
Podia ter sido escrito por mim!!!!
ResponderEliminarObrigada!