Rádio Nostalgia
abril 30, 2015
| paredes |
nas tuas mãos
eu sou chuva sangrenta
e perguntas que não ouso
guardar nos bolsos
como na memória
enregelada
como manhãs de inverno
violento
em que o dia só se apazigua
depois do amor
e fazer-te amor
é trepar por ti acima
escalar todas as dúvidas
não prender no arnês as incertezas
não dizer nada
não perguntar nada
deixar apenas
que o som seco das respirações
que falharam
rasgue o silêncio
e se cumpra o infinito.
{2011}
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